terça-feira, 12 de março de 2013

Clarice para menores


Certamente você já ouviu muitas vezes este nome:

 

CLARICE LISPECTOR



Podemos defini-la como uma das maiores escritoras dos últimos tempos. Seus escritos são tão indicados que, ultimamente, muita gente, meio cara de pau, tem inventado (ou reproduzido) frases, pensamentos, algumas até bonitinhas, mas não se revelam. Porém, para que sejam amplamente divulgados acabam por colocar como autoria o nome Clarice Lispector. Duvida? Dê uma espiadinha no Facebook, no Twitter. Observe a quantidade de gifs com frases de efeitos e de auto-ajuda com autoria identificada: Clarice Lispector.

É até decepcionante imaginar que aquele pequeno texto que você encontrou no perfil de um amigo e simpatizou não seja da Clarice... Acontece bastante... Não somente com ela, mas com outros grandes autores. Recentemente, ouvi num programa de entrevistas que Clarice e Caio Fernando Abreu são recordistas.

Deste jeito, fica difícil. Mas, quem é leitor mesmo sempre pesquisa e acaba descobrindo!

Retomando Clarice, o que nem todo mundo sabe é que ela escreveu também para o público infantil. E diga-se, de passagem, bons contos!

Nesse processo de escrita para crianças, Clarice buscou estabelecer um diálogo com elas, fazendo com que a leitura seja um momento de interatividade entre autora e leitores.

É o que acontece em A MULHER QUE MATOU OS PEIXES. O título já nos proporciona um ponto de interrogação na cabeça: “Como assim, uma mulher que matou peixes?”. E ela inicia o conto afirmando: “Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu.” O que pode ser uma verdade bem impactante. No entanto, talvez porque intencionasse que os leitores lessem o conto inteiro, apesar dela já resolver o mistério de quem matou os peixes logo de cara, ela continua: “Mas juro a vocês que foi sem querer. Logo eu! Que não tenho coragem de matar uma coisa viva! Até deixo de matar uma ou outra barata.”E pede, e espera que seus leitores a perdoem por ter matado peixes, busca envolvê-los comunicando que somente saberão como foi este episódio de matar peixes ao final do livro, isto porque, antes, precisa contar histórias de bichos, o que poderia comprovar sua afinidade com animais, atenuante no processo de perdão por ter matado os peixes. E, durante o texto todo vai mantendo este diálogo com o leitor, até o final que, é claro, não contarei.

Ao professor menos avisado, convém ressaltar que, caso ele pretenda ler o conto em voz alta para seus alunos, é impossível que fiquem calados durante este momento, porque a autora conversa, conversa com os alunos e, lógica e educadamente, eles responderão.

Bem... Finalizemos este “Blá, blá, blá...”. O que quero mesmo é compartilhar com vocês alguns dos contos de Clarice, voltados para este público infantil. Gostaria que lessem e avaliassem a possibilidade de apresentá-los a seus alunos. E que, caso apresente mesmo às crianças, dê um retorno sobre como foi esta leitura e a apreciação.

Seguem os contos:

· A MULHER QUE MATOU OS PEIXES;

· QUASE DE VERDADE;

· A VIDA ÍNTIMA DE LAURA (que eu amo!);

· COMO NASCERAM AS ESTRELAS – DOZE LENDAS BRASILEIRAS;

· O MISTÉRIO DO COEHO PENSANTE.

Boa leitura!

Acho que na próxima atualização, trarei algo sobre o Caio Fernando Abreu, o outro recordista das falsas publicações divulgadas nas redes sociais.

Até mais!

Ana Paula Alves Pereira Ferreira


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário